:: Dica | Escrever, Ilustrar e Ler um Livro Infantil
Hoje recebi os livros da Coleção Itaú de Livros Infantis. Se trata de uma campanha de incentivo à leitura para o desenvolvimento das crianças de até 6 anos, onde o Itaú está distribuindo 8 milhões de livros gratuitamente.
Eu tenho uma vontade enorme, e vou, escrever e ilustrar livros infantis. Já me inscrevi para o curso de Ilustração Infantil Editorial com o Al Stefano na Quanta Academia, mas como sou meio autodidata, resolvi compilar neste post, algumas dicas que encontrei em minhas pesquisas sobre o assunto... lá vai!
1 – Leia!
Escrever para crianças e adolescentes é muito mais do que rememorar os livros que você leu quando era criança ou adolescente. É preciso ter uma linguagem contemporânea para que você recebe aceitação.Não confunda o simples com simplista. Escrever para este público não é apenas usar um “vocabulário fácil”.
2 – Mergulhe em sua história
Se você sabe o que vai escrever tente não escrever sobre um assunto só porque está na moda. As suas chances de publicação diminuem drasticamente, pois o que não faltam são escritores e escritoras que pegam carona num determinado filão literário. Escreve a sua história à sua maneira. Sua voz é única, por isso deve usa-la. Em resumo: seja original.
3 – Crie um esquema de trabalho
Você precisa de método, pois não basta sentar em frente ao computador para que as idéias surjam. Crie esboços de enredo, anote suas idéias e tente encadear neste esboço. Trace rotas e caminhos a seguir. Certamente você chegará ao ponto que deseja se seguir os caminhos corretos delineados por você.
4 – Comece sua história com ação
Comece seu livro com um momento de mudança ou de conflito. Dessa forma você captura a atenção do seu leitor. Não use as primeiras vinte páginas para desenvolver a trama e muito menos apresentar todos os personagens da história. Assim seus leitores não darão Adeus ao seu livro antes do final.
5 – Estabeleça seus personagens principais
Escreva mini-biografias dos seus personagens. Dê-lhes vida e fatos desta vida como pratos preferidos, manias, amigos, hábitos, músicas preferidas, etc. Não mais que duas páginas são necessárias para cada mini-biografia.
6 – Decida como vai contar a sua história
Você precisa definir se contará a história a partir da ótica da primeira ou terceira pessoas. Isto não quer dizer que você não possa alternar, mas é necessário muita atenção caso o faça. Pode ser que sua história tenha dois pontos de vista. Afinal a criatividade é sua.
7 – Decida sobre o estilo de sua história
Você tem várias possibilidades para escrever sua história. Pode ser uma prosa narrativa, um romance epistolar ou um diário, por exemplo. A forma precisa se adequar ao que você pensou para sua história. Você pode experimentar se quiser, mas não o faça só porque é diferente. Também não é preciso ficar lapidando demasiadamente a história ou o primeiro capítulo. É importante que estabeleça o projeto e como vai dar continuidade a ele.
8 – Refine o Projeto
O rascunho de um projeto não é o projeto terminado. Parece óbvio, mas é preciso dizer que não é necessário ter pressa em entregar os rascunhos como se fossem os originais definitivos. Tendo pressa o que você vai colher serão rejeições e mais rejeições por parte das editoras.
9 – Revise e Experimente sua história
Leia e releia seu texto. Se você sentiu que pode fazer melhor, faça-o. Peça para um amigo ou membro da família lerem a história para você ouvi-la ou saber a opinião deles. Geralmente isto faz perceber a fluidez da história. Se você tem timidez, leia em voz alta para si e perceba o fluxo narrativo.
10 – Perseverança
Não desista!
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:: COMO ILUSTRAR (font)
1 - Planejamento
Partimos do conto A mansão de Quelícera, solicitado pelo estúdio Casthalia a escritora infanto-juvenil Luana Von Linsingen.
Estudamos a história e selecionamos as partes mais empolgantes. Depois definimos a abordagem estética mais apropriada para esse trabalho, tendo em vista o "clima" da trama narrativa criada por Luana. Então elaboramos o storyboard (roteiro desenhado) do livro. Ou seja, definimos que imagem representaria cada uma das cenas-chave da história, confeccionamos esboços dessas ilustrações e fragmentamos o texto em partes relativas às imagens. Inclusive, planejamos a edicção final do livro, como as ilustrações e textos estariam distribuído no formato e na quantidade de páginas do livro.
2 - Desenvolvimento
Com o storyboard em mãos, começamos a produção das ilustrações.
Primeiro foi necessário refinar os esboços. Realizamos projetos detalhadoa dos ambientes, incluindo tanto os objetos descritos pela autora do conto quanto outros que julgamos necessários para representar o clima assustador e bem humorado de A mansão de Quelícera. Na mesma perspectiva buscou-se dar forma às características físicas e de personalidade de cada personagem. Que trejeitos teriam? Qual figurino é mais coerente com o papel de cada um deles? Estas foram apenas algumas das perguntas que nos fizemos para conceber o plano estético-visual da história de Quielícera.
Desde o começo tínhamos a intenção de usar o conhecimento artístico trazido pela equipe de ilustradores Casthalia, pois todos têm formação em arte e experiência de criação em diversas técnicas artísticas e abordagens estéticas. Para este trabalho, em especial, incorporamos a desenvoltura do traço do desenho a lápis, as passagens cromáticas e pinceladas suaves da técnica de pintura com aquarela e a elegância assustadora da estética gótica. Ainda, como já vínhamos desenvolvendo um jogo eletrônico a partir do mesmo conto (para saber sobre o jogo, clic aqui), resolvemos fazer as ilustrações em "camadas" separadas: plano de fundo (ambientes), objetos e personagens. Isso facilitaria o processo de animação de objetos/personagens sobre os ambiente e a inclusão de recursos interativos no jogo.
Até aqui toda a equipe trabalhou ao redor de uma única mesa, rabiscando papéis que circulavam de mão em mão, dia após dia de diálogo criativo. Já tendo a concepção do livro bem definida, cada membro da equipe precisou se concentrar em uma parte do desenvolvimento das ilustrações, aquela com a qual tinha melhor competência. Organizamo-nos da seguinte forma: dois ilustradores dedicaram-se aos desenhos a lápis sobre papel, um mais ocupado com os ambientes e objetos, outro com os personagens. Uma terceira pessoa deu cor aos ambientes e objetos, usando a técnica de aquarela. Depois os desenhos foram digitalizados e retrabalhados em programas de tratamento de imagem, a fim de, por exemplo, reavivar cores e manchas conseguidas através da aquarela. Por fim as ilustrações foram montadas, seguindo o storyboard, arranjando objetos e personagens sobre os ambientes e aplicando efeitos de luz e sombra.
Veja fragmentos de ilustrações do livro, no "antes" e "depois" do tratamento digital:
3 -Finalização
Com as ilustrações prontas, editamos o livro, combinando imagens e fragmentos do texto segundo o que fora previsto no storyboard. Então passamos o arquivo digital aos revisores e, depois, aos impressores.
1. Encontre um espaço aconchegante, inusitado: um sofá, a sombra de uma árvore, um pequeno tapete, os primeiros degraus de uma escada.
2. Assuma o lugar de leitor e a alegria de dividir a narrativa com as crianças.
3. Escolha sempre histórias que te encantam. É preciso gostar do que se lê, pois só assim é possível contagiar o ouvinte com nossas palavras e narrativas.
4. Dê vida para as histórias: perceba o ritmo, escolha a entonação adequada, use todo seu corpo para dar vida ao enredo.
5. Envolva o ouvinte, fisgando-o pelo olhar e convidando-o à participação. Ele deve mergulhar na aventura, se surpreender com o que acontece, tentar adivinhar o que está por vir.
6. Lembre-se de que a experiência com a escuta deve começar e terminar como a própria narrativa. Não busque explicações, justificativas, pretextos. A história precisa se bastar: a experiência se conclui com o desfecho do enredo.
7. Tenha em mente que a leitura de um texto não se esgota em uma primeira leitura. Cada vez que voltamos a uma história, descobrimos detalhes, novas possibilidades, outros entendimentos.
2. Assuma o lugar de leitor e a alegria de dividir a narrativa com as crianças.
3. Escolha sempre histórias que te encantam. É preciso gostar do que se lê, pois só assim é possível contagiar o ouvinte com nossas palavras e narrativas.
4. Dê vida para as histórias: perceba o ritmo, escolha a entonação adequada, use todo seu corpo para dar vida ao enredo.
5. Envolva o ouvinte, fisgando-o pelo olhar e convidando-o à participação. Ele deve mergulhar na aventura, se surpreender com o que acontece, tentar adivinhar o que está por vir.
6. Lembre-se de que a experiência com a escuta deve começar e terminar como a própria narrativa. Não busque explicações, justificativas, pretextos. A história precisa se bastar: a experiência se conclui com o desfecho do enredo.
7. Tenha em mente que a leitura de um texto não se esgota em uma primeira leitura. Cada vez que voltamos a uma história, descobrimos detalhes, novas possibilidades, outros entendimentos.
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:: AUDIOS (font)
Existe o Programa Perfil Literário que sempre entrevista grandes autores e ilustradores!
:: Quem assina_ eu
:: Como_ google
Comentários
Abçs, Juli
Que bom que gostou deste Post! Na verdade estas orientações não são minhas, é apenas uma compilação de conteúdos resultante de uma bela pesquisa que fiz sobre o assunto. Você ainda está no Rio de Janeiro? Se estiver procure pelo curso do Renato Alarcão, ele é um dos maiores ilustradores que já conheci daqui do Brasil (http://alarchronicles.blogspot.com/2009/09/ilustracao-conceito-e-pratica-o-curso.html) ou se um dia passar por sampa, dê uma passada no Bar do Suginho, na última sexta do mês, onde rola o tal do Bistecão Ilustrado, reunindo os maiores ilustradores de Sampa para uma conversa!
Boa sorte, acredito que o livro infantil pode moldar o caráter de muitas crianças!
Abs!
Abçs,
Juli
Ele é valiosíssimo em todos os sentidos.
Abs!